Uma fumante

Uma fumante

À Virginia Woolf

Com lânguido prazer inala a vida

E após a expele em letras de fumaça...

Qual desse forma à Alma indefinida

Ora se delineia, ora se embaça...

Há uma mulher fumando destemida,

Com ar blasé à Sorte sem saída!

E por detrás de nuvens não disfarça

O seu ódio amoroso à humana raça.

Tanto tragar vai cumulando ao peito;

[Ei-lo quase sem ar, já moribundo,

Sentindo-o pouco a pouco rarefeito]

E é como carregasse todo o mundo,

Ou pedras que a a puxassem para o fundo;

Mas o fumar (que a mata!) os tem desfeito...

Caio Batista
Enviado por Caio Batista em 15/12/2012
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