Cristo Sequioso
No sala egrégia eu vi lúgubre cr'ança
Prostrada aos pés do Cristo tristemente;
Orava, silenciosa, brandamente;
Pedindo ao Salvador: - Paz e Esperança!
Notei que lhe descia sobre a trança,
Perfume de um clamor gentil, ardente;
Daquele que comove a toda gente
E faz jorrar do céu: Luz e Bonança!
Quedei-me amargurado e comovido;
O Cristo emocionado e tão ferido,
Gemeu pr'a demonstrar que tinha sede!
E a pobre quando viu-me ali chorando,
Deitou-me o Cristo ao colo e foi regando
Seus lábios de um amor qual não se mede!