GARGALHADA DA MORTE
(POES/189)


Na esquina, escura e longa, do tempo
O cansaço transparece pálido e lento
O sangue já não corre mais em fluxos
E os ciprestes acolhem vozes e refluxos.

Tormenta do silêncio fere a hora, o ócio
Friamente na esquina escura da loucura
Demente ri e gargalha o sono à criatura
Perdida e dominada no vazio dos ossos.

No corpo exausto crava o último grito
A treva avança e o olhar se consome
Devassa a matéria, aquieta às sombras.

Abismo final, intensos calafrios, medo.
Gargalha a morte o sono eterno e cruel,
Sobre a tumba de mármore negro e frio.


edidanesi
Enviado por edidanesi em 13/12/2012
Código do texto: T4033035
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.