SONETO DE DESPEDIDA
Fica um gosto ruim na boca
de um azedume, fel, si lá!
E esse gosto demora a passar
e vivo numa agonia muito louca.
E o coração dói pra valer
não há paz, ou mesmo alegria
torna-se negra a luz do meu dia
torna-se morte o bem de viver.
Vivo afogado em mágoa,
tenho sede, não tenho água
e fome de ti, dos beijos teus
Temia tanto por esta hora!
Na boca tenho o sabor da amora
e uma única palavra: Adeus.
Santos, 05 de Maio de 1992