O ESQUELETO SORRIDENTE

O Esqueleto delira, cadavérico,

E ri, e ri o sorridente desgraçado,

Um riso convulsivo indisfarçado,

Afetado, bizarro, frio e histérico!

Ah! e ri do seu próprio aspecto tétrico,

E caí ao chão, louco, ao túmulo abraçado,

Ergue-se, foge e ri, e assim é caçado

Pelo tomento esquálido, colérico!

Do tormento o cadáver ri, burlesco,

O tormento: - Arlequim funambulesco,

O tormento: - árdua Dor dos ossos rotos!

Ah! mas que ironia, é traído pela sorte,

E mesmo em convulsões, aos pés da Morte,

Ri o escarniçado a escarnecer os mortos!