Cantos
Cantem do céu a glória e divindade;
Cantem do mar a profundeza eterna;
Cantem do sol a sombra da caverna;
Cantem do vento a viração qu'invade
O cemitério que a planger saudade,
Milhões de corpos que em seu peito interna;
A dor da vida... a dor também fraterna;
O riso, o choro... tudo é vil, covarde!
Cantem dos tons as vozes diferentes;
As cores, luzes... músicas ardentes;
O canto grave e o canto tão agudo...
Cantem, meus filhos! Cantem os meus dias!
Cantem chorosos... das alcovas frias!
Cantem teus cantos, pois meu canto é mudo!