Martim-pescador
Edir Pina de Barros

 
Habita essas paragens e recantos,
pescador que se aninha no arvoredo,
que pesca todo dia, desde cedo,
e emite, pelos ares, doces cantos.
 
É pequenino – e grande em seus encantos –
mergulha no riacho, sem ter medo,
certeiro e leve, rápido torpedo
que esgarça os véus das águas, que são tantos.
 
Apanha algum peixinho, dentre os peixes,
no reluzir do sol, entre os seus feixes,
e volta, bem depressa, ao seu lugar.
 
Martim, o pescador, é tão pequeno,
porém é sempre ágil, tão sereno,
poesia pura, n'água a mergulhar.
 
Brasília, 7 de Dezembro de 2012.

Livro: Poesia das Águas, pg. 77
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 07/12/2012
Reeditado em 17/07/2020
Código do texto: T4024445
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