DESERTO
Um vazio que procura preenchimento
fio condutor que ao nada se conecta
avivando um sem fim de sofrimento
vaga no tempo e o próprio tempo veta.
Traz no peito um sentir sem sentimento
não há choro, não há o riso, não há meta
é pleno de dor e sufocamento
vida sem alimento, nada resta.
E assim o tempo vaga no vazio
sem o brilho que oferta a viva esfera
há sempre nada, vaga só quimera
é rio sem curso, dias sem primavera
olhar imerso em oceano bravio
é esperança que morre na espera.
JP04122012