É de berço...
E leia quem souber e saiba mais
Que atrás do verso dito, há outro verso
A encher o papel almaço e vão-se mais,
Reais ou mesmo falsos. Meço
Cada passo, métrica e rima em rituais
E ademais, se o dito sai inverso,
Te peço indiferença aos vendavais,
Normais a que escreve mais que um terço.
É de berço o dom da escrita que nos fere,
Nos adere e nela mato minha sede
Armo a rede e digo à mão que espere,
Pois, se fere, se afaga, ela há de
Esculpir em verdade o meu nada.
Dominada, a poesia quer-se alada.
Josérobertodecastropalácio