É de berço...

E leia quem souber e saiba mais

Que atrás do verso dito, há outro verso

A encher o papel almaço e vão-se mais,

Reais ou mesmo falsos. Meço

Cada passo, métrica e rima em rituais

E ademais, se o dito sai inverso,

Te peço indiferença aos vendavais,

Normais a que escreve mais que um terço.

É de berço o dom da escrita que nos fere,

Nos adere e nela mato minha sede

Armo a rede e digo à mão que espere,

Pois, se fere, se afaga, ela há de

Esculpir em verdade o meu nada.

Dominada, a poesia quer-se alada.

Josérobertodecastropalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 06/12/2012
Reeditado em 13/12/2015
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