ISMÁLIA
"As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar..."
(Alphonsus de Guimaraens)
Findou-se em mim aquele curto instante
Vivido sob as árvores silentes.
Restou - somente - os cânticos latentes
Da mágica epigênese d'infante.
Não vi - jamais - verdade lancinante
Nas côncavas paisagens de dementes.
Portanto, em meus momentos quase ausentes,
Eu busco o verso podre de diamante.
Eu verso pelo préstito absoluto -
Na saga d'encontrar razão qualquer
Que venha colorir o meu luar.
Aquele instante d'árvores de luto
Jamais trará de volta tal mulher...
Que se rendeu às súplicas do mar!
06/12/2012