SONHOS SIDERAIS

Vejo em meus sonhos uma imagem rara

Que me cala a Alma e a expõe à claridade

Da brancura dos campos de seara,

De onde presencio com perplexidade,

Envolto em névoa sutil de Luz clara,

Na recolta sidérea da ansiedade:

Constelação primípara, preclara,

D'estrelas a eclodir em Unidade!

Resplandece o onírico Universo

Com o crepuscular clarão da origem,

E eu, quase cego, em tudo isso estou imerso,

A testemunhar com olhos medonhos,

O irromper-se o ástreo sol no ventre virgem

Da estuante Eternidade dos meus sonhos!