ABISMO DE CADÁVERES
Alucina-me o Abismo sombrio e insano,
Abismo de cadáveres terrestres,
Sepultos aos frios pés faunos, eqüestres,
De um nobre rei, um Demônio soberano!
Assombra-me o silêncio inumano
Deste Abismo infernal de ermos ciprestes,
Numa selva abissal de almas agrestes,
Onde Belzebu ri - Nero romano!
Todos os mortos nus, ensangüentados,
Todos leprosos, todos exilados
Às profundezas onde a Morte cisma!
Mortos, como judeus no Holocausto,
Crucificados como um deus exausto,
Ao Abismo, Abismo onde minh'alma abisma!