+ Tédio +

Vai nesse meu pranto sem remédio

Catatônico tormento, mal acalanto

Lacuna infame, à letargia e encanto

Em dormência jaz da alma em tédio

Nem mesmo Satanás de vil assédio

Ou anjos do céu, com o olhar santo

Teria no sol da tarde o róseo manto

Que clama do corpo tal intermédio

Se ao gesto em riste do dedo médio

Não transpassar a cela deste prédio

Que carrego em mim, de cada canto

Neste sopro vazio sem amor ou ódio

Guardarei em mim o pagão custódio

O desgraçado tédio, maldito pranto!

Valdívio Correia Junior, 05/12/2012

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 05/12/2012
Reeditado em 19/10/2023
Código do texto: T4020277
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