JARDINS DA MORTE
Agora estamos sós, minha querida,
Nesta manhã noturna de um dia eterno,
Mãos dadas, corpos nus cheios de vida,
Banhados pela brisa fria do inverno...
Olhemo-nos co'a alma enternecida,
Observemos o sol que se ergue terno,
Que possamos ter uma boa acolhida,
Como crianças no seio materno...
Aperta a minha mão com força agora,
Não tenha medo, é chegada a hora,
Cumprir-se-á assim, por fim, a nossa sorte...
Ah, a dor e o luto outrossim são defuntos,
Cingimo-nos com afeto e, uma vez juntos
Adentraremos os jardins da Morte...