Jornada entre lírios
Aterrando o pensar nas linhas latentes;
Recobro teu sentir. Vejo-te adiante.
Rebordo com primor as vias fulgentes.
Rendo-me ao surgir teu semblante.
Anelo tua canção, e, no leito; – desbordo.
Beijo-te sob a aurora complacente.
Perco-me no brotar, alinho e concordo.
Amo-te descarado e puramente!
Tiro a tua roupa entre os lírios.
Concilio teu corpo; – Ó delírio!...
E abordo-te na jornada insolente!...
Afago-te na cisma; adorno-te nua.
Viajo aclarado sob pele crua.
Adoro-te na lira que urgi silente!...
(Airton Ventania)