AUSÊNCIA

Anseio viver a morte da tua ausência

Ter teu corpo presente a saciar meu desejo

Ter tua alma distante, voltada só para mim

Sentir nossos corpos fundidos no longo beijo

Ver meus sonhos ultrajados pelo desprezo

Voltarem do desterro com força redobrada

E que a dor de não tê-la por tanto tempo

Desperte em mim a semente abondonada

Se isto puder acontecer, minha amada

Os pássaros da ilusão estarão libertos

E tecerão a manha de pedras claras

Eu serei o mais feliz, o invejável camarada

Andarei descalço, assobiando pela vida

A celebrar tua ausência sepultada

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 04/03/2007
Reeditado em 21/11/2012
Código do texto: T401424
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