O ROUXINOL
Numa luz suave de linda manhã,
Um rouxinol cantava seus amores,
O trinar de encantos e ardores,
Invadiu minh'alma, num leve afã.
Tinto o céu, de amaranto e romã,
A brisa vesperal entre as flores,
Suspira também por suas dores,
De triste amor, d'esperança vã.
Oh! pássaro de canto apaixonado,
A paixão grita no peito calado,
O coração dói de tanto amor.
E vertendo teus doces amavios,
Aplacas meus penares, meus vazios;
Teu cantar abranda esta minha dor...
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Meus agradecimentos à poetisa Adria Comparini:
O ROUXINOL E A ROSA
O Rouxinol encontrou aquela rosa,
Quando cansado cantava suas dores...
Expressando lamentos sem pudores,
Em sons plangentes, melodia maviosa.
Apaixonada, a flor cor-de-rosa,
Por este canto cheio de esplendores,
Entregou a ele os mais puros amores,
Em rimas doces e tão langorosas.
Ele vinha, pousava em sua ramagem...
Ela o acolhia, qual à bela miragem,
Eles não sentiam mais a velha dor.
Mas ele era real, como sua mensagem,
De ternura, vida, de coragem,
A Ave e a Rosa; na Luz de tanto amor!