Me chama
Nas linhas do soneto; tu habitas!...
Expressaríeis pura ante os anseios?!...
Sois ouvida nas juras... nas récitas!...
E nos sonhos impuros e devaneios.
Vós apartaríeis o que impele a arte?!...
Ó lirismo em pele nua; Ó incógnita!
Com purismo e alvura nos compartes!...
Sois precisa, destarte; — tão bendita.
Poetizas-me curas em vates plenos?!
Vós olvidaríeis votos à luta amena?!
Perder-me-ei nas jutas do terno tino.
Dai-me o prezado siso; — me clamas?!...
Amar-te-ei preciso no ardor divino!...
E em todo o teu lamento em chamas.
(Airton Ventania)