RUMOR
 
 
 
Na espécie, na esfinge e na espuma
segue minha ilusão se aprimorando
com cheiro novo de criança, quando
vem morar comigo e já se acostuma.

 
Preservo amplas  alegrias, uma a uma,
mesmo nas ondas da noite sonhando,
nos motins — corte raso da verruma
no abrir dos lábios ora te anunciando.

 
Creio nos vultos, sombras e criaturas;
mais me entrego ao laivo das ternuras,
francas induções dos sonhos verídicos.

 
Se finges, e se recusas, e se trituras
entretanto o aço de alianças futuras,
não me invalides os amores oníricos.



 
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 29/11/2012
Código do texto: T4010476
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