Camponesa

Ela era a mais doce morena, pura!

Sempre vestida tão discretamente,

Colhia as flores rosas, calmamente,

Para bordá-las com sua costura;

Na mão pequena, calos de ternura,

Pois carregava as roupas, fortemente;

Sempre a passar, sorrindo, brevemente;

Pr'a toda dor, era a divina cura!

Um dia, ansioso, eu bem tomei coragem,

Levantei cedo e preparei a aragem,

E fui buscá-la ao pé de humilde porta;

Bati três vezes, e aguardei sorrindo,

Foi quando eu vi que um velho foi surgindo,

Dizendo: — É tarde! A camponesa é morta!

28 de Novembro de 2012