PÉTALAS PARTIDAS

As pétalas flutuantes sobre o lago,

entregues às serenas mãos do vento,

assim penugens soltas ao relento,

desenham seu destino em manso afago...

Ingênuas, vão seguindo rumo vago,

sozinhas, sem amparo, acolhimento

da rosa, sua casa, seu sustento

e esperam derradeiro, austero estrago.

As pétalas partidas da alva rosa

tornaram-na tão linda, esplendorosa

e agora, no abandono, à morte, vão.

Quisera ser tais pétalas tão puras,

morrer depois de ornar, demais, criaturas

e não saber, jamais, que há ingratidão.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 27/11/2012
Reeditado em 17/12/2014
Código do texto: T4007293
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