ARMADILHA
(A partir de Caio Vital)
Caíste, então, nesta armadilha insana
que te aprisiona em curvas diluídas
das tuas lágrimas quando fluídas
que a te parecem ser tal mel de cana!
Posto que o gosto tem de ser profana
Faz-se armadilha de almas decaídas,
que se assemelha às ruas sem saída
ou assassino que, sem dó, te esgana!
Sabias desde que te aprisionaste
que a Poesia é dor, amor, contraste,
perder-se em curvas, retas, labirintos...
E é temerário o apelo da tua verve!
É quem te ordena, aquele que te serve,
se és tu poeta crônico e faminto...