PROMETEU
Ninguém sabe do outro sua essência,
Depois que a vida draga nos instintos,
Viver é se perder nos labirintos
Pensando represar-se na ciência.
Após se converter nos deuses tintos,
Depois de bocejar inconsequência,
Febril de quem não pode ser ardência
No mesmo afivelar de etéreos cintos
Que prendem o destino nesse nó
Da boca – um suspiro a se esconder
Na vida revelada já sem dó
Nas notas que do sonho se perdeu,
De quando tinha tudo por viver,
E à pele trouxe a dor de Prometeu.