EM CANTIGAS D'AMOR

No início da madrugada de 24 de novembro de 2012

(Para aquele de quem não posso, nunca, escrever o nome)

E vens como chegavas, do que fomos,

com a mesma antiga flauta, sempre nova

e a mesma ária antiga, assim viúva,

a nos dizer que nunca morreremos.

Assim se passam os anos e os caminhos

e em cantigas d’amor chamas, ainda,

o tempo que nos coube e nunca finda

exaurido de dor e descaminhos

que tudo é dor e tudo amor de sempre.

Não há mudança em nós que vingar possa

inda que tudo mude e nada alente

a nós dois, mais que lembrança e saudade,

por milagre do Tempo sem Idade

sempre assim, sobrevivendo às Tormentas.

Escrita no início da tarde de 23 de novembro de 2012.