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 ENTE SALVADOR [CCCLXX]
 


Não me contam a caspa nem os calos,
não importam as cãs nem minha calva,
pois um ente tão só a mim me salva,
com ternura, desvelo e com regalos.
 


Essa coisa, que nem a estrela d’alva,
alumia teu ar, sem intervalos,
traz-te seiva, alegria, dá-te embalos,
confortando teu corpo, além da alma.
 


E já vou nominar a cor da coisa,
mas tu sabes o vão no qual repoisa
– o solar mais recôndito da gente.
 


Tem um nome e se diz «amor», apenas:
como ator, representa muitas cenas,
imortal, em vivendo, eternamente.

Fort., 23/11/2012.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 24/11/2012
Código do texto: T4002003
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