+ AMARGURA +

E desta tua voz, qual vento ouço

Com'um soluço vago e sem igual

Ao choro dessa tua alma imortal

Por alguém que amou ao colosso

Que deste, toda graça e alvoroço

Como um fogo além descomunal

E digo tão somente, quase imoral

No leito deste breu o fundo poço

Seu oloroso nenúfar, cabelo louro

Rebrilha do abismo tal como ouro

Deste teu lindo rosto, belo esboço...

Ah! Etérea imagem, não se abraça

Amargar da vida a minha desgraça

Até ao nó da corda, o meu pescoço...

Valdívio Correia Junior, 23/11/12