Abro a porta
Abro a porta que dá para a rua dos sonhos
e invade-me teu sorriso de menina,
olhar maduro e absoluto. Reluto,
e eis que passas, e, passando, já passou...
Pudera eternizar aqueles momentos
mudos, em que definiamos o amor e,
sem palavras, signo ou significado,
gritávamos, a uma só voz: felicidade!
Só tens agora (Meu Deus!) a idéia de culpa
(idéia, nem ao menos um sentimento!),
como quem abre uma porta por engano ou
errou de rua, e vira a esquina da ilusão.
Por estes caminhos tortuosos sigo,
a abrir portas e a escrever sonetos de manhã.