Uma carta

*Metaforização intensa - e por isso quase estúpida - da palavra parede...

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Uma carta, nas formas d'um soneto,

Escrevo para vós, carnais paredes.

Pois, em vós, eu desato minhas redes...

E, por vós, eu escondo um amuleto.

Nos mitos desta carta em que me meto,

Busco a satisfação de vossas sedes.

E tais resoluções em que me vedes

Sumirão nas entranhas d'esqueleto.

No lusco-fusco sacro desta carta,

Eu busco sempre - d'antes qu'eu me parta -

A perfeição d'epístolas astecas.

Aqui vos ofereço o grande esforço

De minhas mãos quebradas de remorso!

Pois sois o Céu de minhas três cuecas...

21/11/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 22/11/2012
Reeditado em 30/12/2012
Código do texto: T3999541
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