Uma carta
*Metaforização intensa - e por isso quase estúpida - da palavra parede...
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Uma carta, nas formas d'um soneto,
Escrevo para vós, carnais paredes.
Pois, em vós, eu desato minhas redes...
E, por vós, eu escondo um amuleto.
Nos mitos desta carta em que me meto,
Busco a satisfação de vossas sedes.
E tais resoluções em que me vedes
Sumirão nas entranhas d'esqueleto.
No lusco-fusco sacro desta carta,
Eu busco sempre - d'antes qu'eu me parta -
A perfeição d'epístolas astecas.
Aqui vos ofereço o grande esforço
De minhas mãos quebradas de remorso!
Pois sois o Céu de minhas três cuecas...
21/11/2012