SONETO DO POEMA CONCRETO
Lápis colorido pinta o caminho de sombras
muita cor viva, forte, lápis de cor verde.
Um pincel encontrei nas mãos de Portinari
ele presenteou o mundo; veio lá do sudeste.
Cabral de Mello pintou o galo e o sol
jogou pedra na cruz do sentimento.
Coloriu a arte seca, marrom, quase cinza
traçou a verdade, cantou seu canto sem melodia.
Cimento cola o tijolo do coração, avermelha o céu
cremos que nada é para sempre, nada e ninguém
sendo a escrita, o aroma da noite imortais
O perfume do anjo navega em Drummond
o mineiro que nas ruas cariocas escreveu o mundo.
A tinta fresca da vida pintou a arte eterna em nós.