O DESPIR DELA...
A tarde luminosa em morno poente,
Desce em dobras roxas pelos espaços,
Lembra a camisa, a despir molemente,
Seu corpo pra volúpia dos meus braços.
E, ao passar no cume da montanha,
A tarde para, suave e maliciosa,
Imita a camisa que leve arranha,
Os seus delicados seios cor-de-rosa.
Se, vai caindo e vacila e demora,
Mais nos seus quadris, que a luz adorna,
Faz-lhe ruborizar, de paixão e pejo.
O poente mesmo com todo esplendor,
Não tem a sua beleza, seu calor,
Nem a doce ternura do seu beijo.