SONETO(028)
Incendiavas-me o coração, ó 'cabecita' loura!
E como queima meu ser ao ver-te tão bonita,
A fitar-me c'os olhões de cigana jovenzita...
Hoje tenho certeza que és alemã e não moura.
Antes de ti, eu era um cavalão, gaúcho cru,
Que jogava pedra em tudo, que corria no campo;
Sonhava ser príncipe –homem de causar pranto–
E hoje só resta a poesia, do amor, do eu e tu.
Saudade daqueles dias, naquele outono brando;
Não lembras, entre as ruas e bares nas noitadas...
A brancura de teu busto -que Deus para ti vele-
Que adoçava a vida deixando-me enamorado;
E sem perceber, já estava toda rudez derrotada
E nós enroscados um noutro: amor, suor e pele.
Nova Roma do Sul- RS, em 17 de outubro de 2011.