SONETO SEM GRAÇA

Meus dias tornaram-se encardidos

Meu jardim as flores não mais coloridas

Nada me vem de graça todos perdidos

Junto o choramingar em lágrimas sofridas.

Minhas tardes o azul já não mais tem

Os pássaros fugiram do velho arvoredo

Nada é belo, por perto nada me vem

Deito junto os clamores, meu Eu, no segredo

Assim rezo baixinho, deslizando o rosário,

Deixando o céu em olhar bem lá de cima,

Escondendo comigo as chaves do armário

Junto ao peito dolorido, atada ao sutiã.

Procuro nos livros a exalta palavra que rima

Com amanhã que será sempre o amanhã.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 18/11/2012
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