O ENTERRO
No pesado véu do cortejo em silencio
Segue a vida suspensa, a desafiar a sabedoria
Vive a morte com sua austera verdade
Juntas espelham a realidade vazia
No quadro escabroso onde reina silente
A morte tudo resume, sem explicar o dilema
A vida torna-se um ponto de interrogação
Fecundada em mistério e um rosário de penas
A reflexão traz à superfície do homem, o seu destino
Seus sonhos estremecidos e zonzos vão ao chão
Pelos cortes de sua alma plangem sons de violino
A fé escondida sai das sombras no momento do adeus
Na contrição velada que a dor determina, o homem
Veste-se de dor e humildemente, aproxima-se de Deus!