O ENTERRO

No pesado véu do cortejo em silencio

Segue a vida suspensa, a desafiar a sabedoria

Vive a morte com sua austera verdade

Juntas espelham a realidade vazia

No quadro escabroso onde reina silente

A morte tudo resume, sem explicar o dilema

A vida torna-se um ponto de interrogação

Fecundada em mistério e um rosário de penas

A reflexão traz à superfície do homem, o seu destino

Seus sonhos estremecidos e zonzos vão ao chão

Pelos cortes de sua alma plangem sons de violino

A fé escondida sai das sombras no momento do adeus

Na contrição velada que a dor determina, o homem

Veste-se de dor e humildemente, aproxima-se de Deus!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 18/11/2012
Reeditado em 13/06/2015
Código do texto: T3991983
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