Morfética

Por que razão a escolheu o desgraçado

destino? Por que razão, quem sabe?

Por que tanto sofrer a essa pobre cabe?

Por que vive, esse impostor, lhe negando?

Passam-se os dias e ela esmolando,

causando a alguns que passam, (ojeriza)

pois se afastam, ligeiros, feito brisa...

É a lei dos homens a ela se aplicando.

Nega-lhe o irmão, lhe nega a vida;

Na mão, ao invés de pão, ferida

dos cobres ou sobras e, enquanto isto,

os dias seguem ensinando essa mulher

a suportar a dor, com força e fé,

pois maior que a sua foi a dor de Cristo.

Josérobertodecastropalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 17/11/2012
Reeditado em 18/03/2024
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