Morfética
Por que razão a escolheu o desgraçado
destino? Por que razão, quem sabe?
Por que tanto sofrer a essa pobre cabe?
Por que vive, esse impostor, lhe negando?
Passam-se os dias e ela esmolando,
causando a alguns que passam, (ojeriza)
pois se afastam, ligeiros, feito brisa...
É a lei dos homens a ela se aplicando.
Nega-lhe o irmão, lhe nega a vida;
Na mão, ao invés de pão, ferida
dos cobres ou sobras e, enquanto isto,
os dias seguem ensinando essa mulher
a suportar a dor, com força e fé,
pois maior que a sua foi a dor de Cristo.
Josérobertodecastropalácio