CRENÇA


Na madrugada ao bardo tu disseste:
- Vou, mas volto, meu amor te afiança!
-Nada existe que impeça esta aliança
Que acredito ter origem celeste!

-Também creio,disse o vate inconteste,
-Não há nada que supere a Esperança,
Pois como fé, é virtude que encanta,
E, dela toda minha alma se veste!

Infeliz de quem a cultiva e pensa,
Ser ela a mais condescendente crença,
E que, da dor, fazer ventura possa!

A esperança é falsa, lisonjeira
É quase ideologia galhofeira
Pois, das crenças é que mais d!alma troça!





Fundo: SMOKE GET IN YOUR EYES (EDUARDO LAGES)
Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 17/11/2012
Reeditado em 08/08/2019
Código do texto: T3991113
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