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NÃO TE DUVIDES [CCCLXVII]
 

Hás de pensar tratar-se de invenção
um menestrel, tão tarde e com fervor,
te declinar paixões, estulto amor
a ti, que me abrasaste o coração.
 

Não te duvides, nunca, por favor!...
Não ponhas no que explano gozação,
pois no meu cosmos és constelação,
e sem mais nada me faltar nem pôr.
 

A deusa alguma, pois, amor não dera.
Mas crê, ó tu, te peço, dá-me crédito!...
Meu bem por ti já não será quimera. 
 

E decretei-me amar-te só por édito,
a vislumbrar em ti a primavera:
n’alma as floradas, teu vergel inédito.

 
Fort., 17/11/2012.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 17/11/2012
Código do texto: T3990526
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