NO SEIO DA SAUDADE
Odir Milanez
Silenciosa, sonsa e quase pura,
ouço-a bater à porta, mansamente.
Sequer espera acesso pra que entre,
vinda do visceral da noite escura.
É seu dia de ouvir minha tristura,
contar histórias outras, francamente,
de passar o passado pro presente,
partir comigo riso e desventura.
Ela fala ou se cala, enquanto escuto
risos, vozes e prantos - na verdade,
misticismos de mim, meu próprio luto.
E lá se vai da noite a veleidade,
à medida que, insone, inda disputo
um bom lugar no seio da saudade...
JPESSOA/PB
15.11.2012
oklima
Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...