DISTANTE

Distante às vezes está tão próximo

Quanto o sol de verão interposto

E o verde-musgo dos olhos mansos

Umedecidos pelo silêncio do rosto.

Distante, um corte profundo na visão

Das alheias lembranças que murcham

À sombra úmida do absurdo canto

De onde a luz rouba um pedaço de chão.

E a visão se esmera em espanto

Às paisagens pelo caminho no insano

Vazio da mente a iluminar o cântaro

A sede se encanta com alucinações de água

Os olhos não enxergam os passos do caminho

E a esperança cuida as feridas das estradas.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 13/11/2012
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