DISTANTE
Distante às vezes está tão próximo
Quanto o sol de verão interposto
E o verde-musgo dos olhos mansos
Umedecidos pelo silêncio do rosto.
Distante, um corte profundo na visão
Das alheias lembranças que murcham
À sombra úmida do absurdo canto
De onde a luz rouba um pedaço de chão.
E a visão se esmera em espanto
Às paisagens pelo caminho no insano
Vazio da mente a iluminar o cântaro
A sede se encanta com alucinações de água
Os olhos não enxergam os passos do caminho
E a esperança cuida as feridas das estradas.