CANTO REVELADO * Desassossego
Nas correntezas do vento
anda, à deriva, o meu verso.
Palavras que mal intento,
desassossego disperso.
Palavras que junto à pressa,
no meu caminho perdido,
nesta busca que não cessa
de encontrar-me algum sentido.
Serei assim, porque sim.
Ah, que tola afirmação
que sabe que nada diz!
Ou serei não, porque vim,
afirmar a negação
de ser o que nunca quis?
José-Augusto de Carvalho
24.11.2003
Viana *Évora * Portugal