Bis.
Amanhece em nossa cama ao seu jeito
As pernas nuas, o lençol caído ao chão
Eu me levanto, não tem outro jeito não;
Pede que eu fique, (tem o batente), nada feito.
E vou à luta que é a minha obrigação.
Antes de ir, um beijinho no seu peito,
Uma tentação o seu corpinho perfeito
Essa mulher inda me mata de tesão!
Vou-me a pensar que ela fica com o Sol
Que lhe visita pelas frestas da janela
Corando a sua pele macia e bela,
Tal e qual faz com o mar no arrebol.
E passo o dia a lembrar do seu contorno
Mas morrendo de medo de ser corno...
Josérobertodecastropalácio
Ela o vê, seguindo em sensação
De quem não crê, que é seu, o seu amor
Percebe a dor versada em contração
Na sua fronte, ao riso de um ator...
Sabe do medo, da sua tensão
Só de pensar... já sabe o seu horror
Então sorrindo lhe credita a ação
Que irá render-lhe a paz e com razão.
Maliciosa, beija a sua boca
Se enrosca à ele num gostoso arrocho
Como a dizer-lhe: - olhe aqui seu moço
Sou toda sua, e sem confusão
O meu amor é teu e tens aqui o endosso
Enquanto o aperta junto ao seu pescoço...
Ana Maria Gazzaneo (Valeu, querida)