SABIÁ QUE TUDO SABE...

(Pela tarde que vejo...)

Alva seda descortina-se na janela semi-aberta

A mover-se em tênue brisa numa tarde em eclosão

Como se me fosse indício duma frouxa primavera...

Que aos poucos cede espaço para o próximo verão.

Lá no anil um lusco-fusco risca o rubro horizonte

Com nuances entre as nuvens que viajam em mansidão...

As estrelas se preparam para a festa que ao longe

Brevemente nos trarão a lua cheia em prontidão.

Bem -te -vis em vãos gorjeios gritam ao dia que se indo

Não terá jamais o tempo de voltar no mesmo tom!

Sob os sons da primavera um pôr- de- sol está caindo...

A levar consigo as cores que nos selam a emoção,

Sabiá que tudo sabe canta ao tempo lhe pedindo

Que a mesma andorinha soe a nova estação...