ARMADURA...

As nuvens desta aurora langorosa,

Não passam, não voejam... São escuras!

Assim, feitos meus olhos d’amarguras,

Olhando o falecer da triste rosa!...

São nuvens quais montanhas bem vultosas,

Cobrindo todo o céu só de tristuras,

Qual veste do meu peito, um’ armadura,

Vestindo a minha alma tão saudosa!...

Se visses estas nuvens refletindo,

Nos olhos meus de lágrimas banhados,

Talvez pedisse ao Anjo o vento forte...

... Um sopro majestoso que, abrindo,

Os dias muito belos, clareados,

Levasse esta saudade e a minha morte!...

Aarão Filho

São Luís-Ma, 10 de Novembro de 2012.