Imprecação a um inútil
O seio de Gaia está contaminado
Por um cancro imundo e abominável;
Um inchado parasita insaciável
Suga-lhe a vida e o sangue, esfomeado.
Do mais fundo de seu coração macerado,
Gaia brada, em agonia insuportável;
Mas cresce e cresce o parasita, imperturbável,
Sempre com seu trabalho amaldiçoado.
Assim segues tua vida! Sempre a engordar,
Tua condição de humano abandonando
Para que a um verme venhas a te assemelhar!
Maldiz a Terra tua existência! Chorando,
Passa ela seus longos dias a orar
Para que se esvaia a luz de teu ser nefando!