MAROLAS
Já são dias, noites frias, solidão
em um porto ancorada a falua
coberta de negrume, sem paixão
suspira desolada para lua.
Há marolas num mar de inquietude
saudosa a falua se abstrai
falaz os pensamentos, lassitude
lastimosa do asilo já não sai.
Tempo escorre no tempo sem pudor
reverencia todas as estações
no inverno abriga toda dor
no outono o mar desfolha o cais
a primavera traz novas canções
no verão novo sol reacende os ‘ais’.
JP06112012