MAROLAS

Já são dias, noites frias, solidão

em um porto ancorada a falua

coberta de negrume, sem paixão

suspira desolada para lua.

Há marolas num mar de inquietude

saudosa a falua se abstrai

falaz os pensamentos, lassitude

lastimosa do asilo já não sai.

Tempo escorre no tempo sem pudor

reverencia todas as estações

no inverno abriga toda dor

no outono o mar desfolha o cais

a primavera traz novas canções

no verão novo sol reacende os ‘ais’.

JP06112012

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 08/11/2012
Código do texto: T3974588
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