A todos os juízes desta Terra

"A cada canto um grande conselheiro,

Que nos quer governar cabana e vinha;

Não sabem governar sua cozinha,

E podem governar o mundo inteiro."

(Gregório de Matos Guerra)

Julgam-me... Por dizer o qu'eu não penso...

Julgam-me... Pois não digo o que pensei...

Julgam-me... Pois não fiz o que falei...

Julgam-me... Neste meu pendor intenso.

Julgam-me... Pois não tive esforço ao lenço...

Julgam-me... Pois o lenço não juntei...

Julgam-me... Pois um verso eu apaguei...

Julgam-me... Pois eu fiz um verso imenso.

E cantam meus dizeres já desditos...

Maldizem os poemas que são mitos...

Declamam o epinício d'um pendor!

E dizem, mas não são o que tu fazes!

Pois - na ausência desértica do Oásis -

São todos uns juízes sem valor!

07/11/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 07/11/2012
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