Hoje sim, quero a solidão sem dono

Hoje sim, quero a solidão de dois!

Quero acordar sozinho e tomar banho.

Quero iludir meu pobre olhar castanho,

Dizer-lhe que haverá risos depois.

Deixe-me aqui, deixe-me só. Estranho.

Deixe-me corpo que teu corpo pôs

De lado. Acuada deixe, pois,

A minha pobre alma de estanho.

Sejas somente boca aos meus reclames,

Sejas pão para a fome. Ainda que ames

Deixe-me só. Sozinho. Solitário.

Hoje sim, quero a solidão sem dono,

Quero a felicidade do abandono...

Eu, só, e meu pequeno sonetário.

Felipe DCastro
Enviado por Felipe DCastro em 07/11/2012
Código do texto: T3973624
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