Afagos magos
Na métrica dos vates puros ... Em linhos;
Deleitáreis-vos sem vestes perfumosas?
Ah! Caminho impuro do pergaminho!
Perco-me em aprestes... Sinto-a polvorosa!
Derreáreis-vos finda em prantos rosas?
E eu sinto-a na fragrância do descaminho;
Se eu penso-te sob lençóis em boa prosa;
Calculo-te infinda... sinto-a... Em carinho.
Mirando-te formosa; em sedas curas
Fitei alvura, pele pura, ó, doçura!
E eu amei-te no cristal que te sinto!
Ensejando-te beijos; – fornido pensar!...
E eu sinto-a de corpo, férvido ao tocar...
Ah Afagos, magos; mágicos - do instinto.
(Airton Ventania)