Se a voz dos versos meus a ti chegasse
em meio às vagas vindas de mim mesmo,
quem sabe dentre as vagas te encontrasse...
Mas meus versos ao mar vagam a esmo!
VERSOS VAGUEANTES
Odir Milanez
Perdoa o pranto meu, amor distante,
mas é que o mar insiste em ser teu nome,
vindo-me ver, voltando a todo instante,
e toda vez que vai, contigo some...
Perdoa, amor que é meu, o teu amante
que de ti sente sede e sente fome,
penando, pela praia, o passo errante,
enquanto o sal das sombras me consome...
Perdoa, meu amor, esses diversos
escritos que te mando, em vidros vários,
quando permite o mar cursos inversos.
Se algum chegar-te às mãos nos estuários,
ao abri-lo ouviras meu pranto em versos,
versos tristes, estanques, temerários...
JPessoa/PB
04.11.2012
oklima
Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...