RUDE MARINHEIRO
No mar, eu persegui uma bela flor,
Naqueles olhos verdes havia luz,
Em seus braços senti um doce amor,
Queimando sete heras, em turva cruz,
Queríamos noite, víamos mais calor,
E ali corações loucos para amar;
Mas ela deixou só marcas de dor,
Sou velho marinheiro que ama o mar,
Sou tolo como rocha e amo jargão,
E falo que sereia ama como cão !
Amável e bondosa quando dia,
Mas faz do mar sua farta moradia,
Eu, nessa barca, claro, nunca iria,
Sereia gosta do próprio coração...
(VictorAMPinheiro)