DE BOBEIRA
Às vezes, fico assim, a tarde inteira
Sentado nesse banco da praça
A observar quem, ruidosamente, passa
Nos afazeres seus, ou de bobeira!
Ou, a caminhar, sem eira nem beira
Por essas ruas de Manaus, sem graça
Recolhendo subsídio que me enlaça
Na hora de compor meu SOL DE FEIRA.
Às vezes, a cidade é um labirinto
E, aqui, dentro de mim, eu sempre sinto
Essa louca ânsia de liberdade!
E esvoaçar, enfim, chegar alhures
Pousar incólume, distante algures
E voltar depois cheio de saudade!
SOL DE FEIRA: livro do poeta Luiz Bacellar.